domingo, 30 de novembro de 2014

Está frio dentro de mim.

Talvez precisasse de mais tempo sozinha até me deixar embrulhar nas tuas mãos. Talvez não esteja curada ainda em relação ao meu passado. Eu preciso de voltar a acreditar nas pessoas outra vez e ainda não o consigo fazer. Nem precisava de ser nas pessoas todas, precisava de ser em ti. Só. Se há coisa que nunca fiz foi mentir às pessoas em relação ao que sinto, quando isso tem a ver com elas. Já deixei de amar pessoas que continuavam a amar-me a mim, mas nunca mudei de ideias de um dia para o outro. Fizeram isso comigo. Depois de tantos anos juntos, fizemos amor numa noite, largou-me no dia seguinte. Porque afinal queria estar sozinho. E eu pus em causa os 4 anos de amor, carinho, cumplicidade e amizade que nos uniram. Pedi com todas as forças para que me dissesse que já não me amava, que tinha deixado de gostar de mim, e a única resposta que ouvi é que isso não estava em causa. Precisava só de estar sozinho. E assim foi e continua a ser. Pareceu-me que morri por dentro quando fiquei sem ti, mas na verdade , pareceu... só isso. No entanto,  isso fez em mim estragos que prejudicam quem vem agora. Criei barreiras e não consigo derruba-las. Não suporto pensar que me podem abandonar novamente de um dia para o outro. Duvido quando dizem que me amam. E não quero mais merdas na minha vida. Passo os dias a pensar em ti. Em ti a abracares-me, na tua boca, nos teus olhos,  no arrepio de quando me tocas. Penso nas vezes que entrelaças os teus dedos nos meus.. depois penso no resto que sinto mesmo sem querer. Que não me devia estar a prender assim a ti. Que no fim vai custar mais. Que às vezes me apetece chorar por duvidar sem querer do que me dizes. Estou sempre de pé atrás e isso impede-me de ser quem sou. Porque eu amo-te. Mas todos os detalhes me parecem assustadores. E eu sinto as coisas 3 mil vezes mais, ou para o bem, ou para o mal. Das últimas vezes que estiveste comigo, estavas com os braços à minha volta, disseste-me : "Lembra-me de morrer assim. " pareceu-me tão bem. O mundo podia ter acabado ali. Amar-te tinha sido a última coisa que tinha feito. E é por isto que tenho medo.

sábado, 29 de novembro de 2014

As vezes

Às vezes odeio-me pelas coisas que sinto. Já devia ter aprendido a não deixar que as pessoas me consigam fazer sentir a mulher mais feliz do mundo, e em seguida tenham a capacidade de me magoar de igual forma.
Às vezes odeio-me por permitir que as coisas avancem quando eu já me conheço tão bem para saber que os desfechos das minhas histórias nunca são felizes.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Medo

Acho que o verdadeiro mal disto tudo é termos uma grande amizade já há muito tempo. Isso costuma até ser bom, costuma tornar as coisas mais mágicas e verdadeiras, e até se diz que um grande amor vem sempre de uma grande amizade. Mas tu contavas-me tudo dos teus amores e desamores , e eu dos meus. E agora? Agora, que sou eu a querer-te, agora que o que temos vai sendo maior, como conseguiremos abstrair-nos do que já sabemos sobre nós? Como conseguiremos dar mais passos em frente com tanta coisa entre nós? As incertezas , os medos, o saber de mais, as dúvidas, o que podemos ou não , trazer ainda pendurado em nós. Outras pessoas, outros vestígios de quem ainda ontem amavamos. Tenho medo. Medo que tudo se estrague. Medo que não sobre nada.

domingo, 9 de novembro de 2014

Não sei de nada

Acho que o que mais me atrapalha em relação a ti é não saber o que somos. Não sei nada sobre nós. Parece que começamos do inicio, mesmo que na verdade já faças parte da minha vida há muito tempo. Não sei o que esperar de ti. Não sei como é suposto reagir a certas situações. Não sei como tu vais reagir. Não sei se me posso permitir sentir determinadas coisas. Não sei se as sentes. Gosto de ir passo a passo. Com calma. Sem pressas de chegar, porque a verdade é que não sei onde vamos chegar, só sei que quero ir contigo. Mas depois também não sei o que é suposto eu pensar e fazer. Até onde posso ir ou não ir. É suposto desejar-te um bom dia todas as manhãs, e dizer que te amo todas as noites, ou é demais? É suposto mostrar que tenho ciumes ou ignorar e educar-me para não os sentir? Posso permitir que se aproximem de mim, ou tenho de os fazer ver que quero outra pessoa? Mas quero-te assim? Tu queres-me? Isto é só as vezes? É sempre? Ou é quando dá? Alimento o que sinto? Ou tiro-te do pensamento? Isto de ser amigo sempre, enquanto se é amante as vezes não dá para mim. Posso não compreender muitas coisas na minha vida, mas a minha cabeça, oh, essa tenho de perceber tudo e saber o que quer. Acima de tudo perceber se vale a pena.. ou se isto tudo, na realidade, bem pensado e ponderado não é demasiado complicado para alguém tão complicada como eu.