quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

P de pai, mas nem tanto

Às vezes queria perguntar-te porquê? Só isso. Olhar para esses teus olhos, que tristemente já quase não me lembro como são, e perguntar-te porquêO que vês quando olhas para mim? Pensas em mim algumas vezes? O que vês de mal em mim? Que espécie de pessoa sou para ti? Porque é que me abandonaste? Diz me todos os defeitos que tenho que te fizeram esquecer-me? Quantos são? Como pudeste ser o meu espelho um dia? Como conseguiste rir-te tanto comigo e agora já não saberes qual o som da minha gargalhada? Agradeço-te por teres saído da minha vida? Tornei-me melhor pessoa depois disso? Quantas feridas me fizeste? Quantas te fiz eu? Bebes e pensas em mim? Chego-te ao pensamento durante as tuas ressacas? Nunca pensas? Tens consciência das tuas falhas?  Do mal que fazes?  Da falta que fizeste?  Sabes quantas vezes chorei  por ti? Quantas vezes escrevi que te odiava enquanto chorava por saber que nunca serei capaz de fazê-lo? Sabes que já te desejei mal? Tanto ou mais quanto o mal que nos fizeste a nós? Afinal não era só: ''porquê?'' Haviam tantas perguntas. Morrem comigo. Como eu morri para ti. Gostas mais de mim em silêncio, eu sei. Hás de ensurdecer com ele.

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